O município de Oia é um dos poucos lugares onde ainda se celebram os curros ou rapa das bestas, uma das mais vistosas celebrações ancestrais galegas. Ali se marcam a cada ano os milhares de cavalos selvagens que acampam nas ladeiras da serra de A Groba. Embora vivam livremente, os cavalos pertencem às comunidades de vizinhos dos montes.
Alguns dos hieróglifos encontrados na zona testemunham a presença desses animais há cinco mil anos. Em memoria a isso, os desenhos dos ferros são gravados pelos seus antepassados sobre as rochas.
O dia grande desta festa é o domingo. Nesse dia, a meio da manhã, os ganadeiros descem as manadas de cavalos desde o monte até ao curro (local onde se rapa às bestas). Uma vez aqui chegados separam-se os animais para serem marcados. Para isso, os bestalleiros abalançam-se sobre eles e derrubam-nos: Os potros nascidos durante o ano são marcados com um ferro incandescente e cortam-se a crinas às éguas. As éguas prenhas, as crias e os cavalos vendidos ou destinados a trabalhar em trabalhos agrícolas são conduzidos a outros curros.
Esta espectacular celebração é matizado de um ar festivo, e é comum que junto aos curros haja tendinhas onde se pode provar pão de milho, polvo, vinho e empanada, tão típicos nas romarias galegas.
Curros de cavalos nos montes de Baiona e Oia
